Pular para o conteúdo principal

Postagens

Peste ou cólera: nenhum voto em Le Pen | Mauricio Durá

  Por 15 anos, o voto anticapitalista da França Insubmissa cresceu na França ao mesmo tempo em que, antes de cada segundo turno presidencial, e há três, tem que enfrentar o dilema de derrotar a extrema direita de Le Pen (primeiro pai e depois filha) com o voto na direita neoliberal. A constituição da chamada “frente republicana” para conter a extrema direita marcou a política francesa nesses cinco anos, bem como a da Alemanha e, em maior ou menor grau, a de outros países da União Europeia. Hoje, a extrema direita governa em países como a Hungria (Orban) e a Polônia (Morawiecki). Em alguns, ela faz isso junto com a mão direita quando a soma de ambos permite. O atual governo na Itália é sustentado graças à extrema direita (Liga do Norte), na Áustria o fez entre 2017 e 2019, na Finlândia (2015-2019) e na Holanda (2010-2021). A posição da União Europeia, diante dessa ascensão da extrema direita, oscilou entre uma retórica de reprovação propensa aos chamados “cordões sanitários” e passivida

CAPITALISMO CENTRAL x PERIFERIA EMERGENTE: impasses e superações à dinâmica econômica brasileira. Por Patrícia Gouveia

I APRESENTAÇÃO O texto examina contradições e dilemas da economia brasileira a partir de dinâmicas estruturais e conjunturais que impactam a vida cotidiana de todos nós - brasileiros, brasileiras e ‘brasileires’ - fisicamente pertos ou distantes das fronteiras de nosso país. Em forma de análise de conjuntura discutimos a realidade do Brasil hoje, em níveis político, sociocultural e econômico. Em primeiro plano, apreende o quadro geral do capitalismo contemporâneo e suas implicações às economias periféricas, reféns do modelo neoliberal. Em seguida, apresenta as características e indicadores econômicos do Brasil pós-gestões do Partido dos Trabalhadores. Por último, projeta cenários de recuperação econômica, sistematizando os pontos cruciais e a crítica ao “Plano de Reconstrução e Transformação do Brasil 2023 - 2026: outro mundo é preciso; outro Brasil é necessário, do Partido dos Trabalhadores”, de 2021. Este, um documento crucial à definição das Diretrizes do Programa de Governo

Extrema-direita espanhola articula internacional anticomunista que avança para América Latina. Por Mauricio Durá

Por motivos históricos próprios, diferentemente do resto da Europa, Espanha e Portugal vinham resistindo à entrada da extrema-direita em seus parlamentos. Mas, no último período, essa realidade mudou. Hoje, a extrema-direita já formou bancadas nos parlamentos dos dois países.    No caso da Espanha, o partido VOX conta com 52 deputados, em um parlamento de 350, constituindo-se  como a terceira força política.    Pesquisas eleitorais mais recentes sobre o pleito que ocorre este ano indicam um possível empate com o Partido Popular (direita tradicional), disputando com este o papel de líder da oposição ao atual governo socialista.    O crescimento exponencial, em apenas cinco anos, projetou o VOX como uma referência entre os partidos da extrema-direita europeia e alimentou a volta aos tempos do Império Espanhol.    Na esfera europeia, Santiago Abascal, presidente do VOX, vem tentando jogar um papel no objetivo de dotar este movimento de uma maior organização e articulação, em torno de um p